O contato Marauiá PDF Imprimir E-mail

No rio Marauiá, os Yanomami se deslocaram da Venezuela para este rio nos anos 40. Na época, as beiras do rio eram habitadas pela população regional. O contato foi violento e os Yanomami continuaram descendo até enfrentarem a população do Rio Negro. A resposta foi fulminante e obrigou os Yanomami a retroceder. Estabeleceram-se no lugar chamado Xamatá. Em seguida, chegaram os missionários Salesianos que construíram uma primeira missão no fim dos anos 60. No ano 1989, a FUNAI instalou uma base no local chamado Apuí.

Hoje na região do rio Marauiá, contamos com 8 comunidades: Bicho Açu, Ixima, Pukima. Ra i ta, Kona, Yapahana, Pohoroa e Xamatá. Sua população total é de 1393 habitantes.

A região do Marauiá é escassa para caça e pesca. Os Yanomami, apesar de terem vivido momentos difíceis entre os anos de 2000 e 2002, devido a problemas ambientais provocados na época pelo fenômeno "el nino" e a extração intensiva de cipó que interferiu no ciclo de plantio das roças tradicionais, sendo que hoje estão conseguindo novamente um equilíbrio. As famílias foram estimuladas a plantar novas roças de banana, macaxeira, batata, milho, etc. e iniciar o plantio de novas espécies adquiridas da sociedade envolvente.

Além disso, os Yanomami estão plantando outras espécies nativas normalmente coletadas da floresta, mas encontradas somente muito distante dos xaponos.

Dentre as comunidades da região do rio Marauiá, Kona é a aldeia de menor contato com a sociedade envolvente, o que justifica a preservação maior de seus ritos e costumes. Localizada na cabeceira do rio Marauiá, Kona é a aldeia mais distante de Santa Isabel. Bicho Açu, o oposto de Kona, é a aldeia de maior contato com a sociedade envolvente, portanto, com maiores problemas de interferências em sua cultura e costumes.

Esta região é de acesso extremamente difícil. As viagens são realizadas com voadeira (motor de popa 40 HP. ou 15 HP.) sendo que de Sta. Isabel até a aldeia mais distante na área do rio Marauiá (160km. em linha reta), podem demorar até 6 dias em época de verão e em média 02 dias em época de inverno, superando obstáculos difíceis como as numerosas cachoeiras, praias e pedras. O único meio de comunicação se dá via radiofonia entre as sedes da Secoya (Manaus, Santa Isabel e Barcelos), a representação regional da FUNAI e os diversos xaponos (Aldeias), localizados nas regiões do rio Marauiá, Demini, Aracá e Padauiri.

 

 

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