O Programa de Formação para o Magistério direcionado para os professores Yanomami das regiões dos rios Marauiá, Demini e Preto começou pela Secoya há 12 anos. Todas as etapas foram abordadas de acordo com certos critérios técnicos e específicos juntamente aos professores Yanomami. Não se trata de temas fechados, buscamos trazer ao longo dos anos temas transdisciplinares e interculturais, contribuindo com o desenvolvimento dos projetos direcionados para as melhorias de vida das pessoas das comunidades.

A realização da última etapa de formação dos professores Yanoomami contou com o apoio da UFAM, Coordenadoria Ecumênica de Serviços-CESE e Gerência Estadual de Educação Indígena do Amazonas e representou a finalização de uma etapa importante para a população Yanomami. Os professores Yanomami poderão ser certificados e reconhecidos oficialmente pelo estado.

Ao todo, 34 professores de 10 xapono participaram do processo de formação: Bicho Açu, Ixima, Pukima Beira, Pukima Cachoeira, Raita e Kona, no rio Marauiá, Ajuricaba, Komixipiwei e Hemaripiwei, no rio Demini e Águas Vivas, no rio Preto. A grade curricular, recentemente aprovada pelo Conselho Normativo de Educação Escolar Indígena do Amazonas, contou com mais 3.800 horas de formação dos professores, preparando-os para um magistério que preconiza a educação bilíngüe, intercultural e diferenciada.

De modo geral, os doze cursos já realizados pela Secoya obtiveram resultados satisfatórios, naturalmente alguns professores desistiram durante o percurso, outros conseguiram acompanhar todas as etapas, por último, novos professores engrenaram nessa função dentro do xapono e estão dispostos em fazer o melhor, buscando o aprimoramento de suas ações junto ás escolas e xapono.

O último curso de formação terminou no dia 01 de outubro, após 30 dias intensivos de aulas sistemáticas e direcionadas, ocorreu no sítio Puraquequara, no rio Marauiá.

A finalização dos últimos módulos foi voltada para a conclusão dos Projetos Políticos Pedagógicos, discutir a política de educação indígena, por fim, aulas complementares de língua portuguesa e educação em saúde.

Para a Secoya, isto representa ainda uma vitória, considerando as dificuldades existentes e a falta de apoio das instituições da educação em quase todo o processo. Esse trabalho representa um passo fundamental para o reconhecimento da escola Yanomami, construída com o povo a partir das necessidades e rumos delineados nos projetos políticos pedagógicos.