Educação indígena em debate PDF Imprimir E-mail
Qui, 08 de Maio de 2014 19:11

Lançamento do 1º Fórum de Educação Indígena do Amazonas acontece hoje e deve reunir mais de 150 professores e especialistas

Vinte e cinco anos depois da primeira mobilização de professores e estudiosos iniciar a luta pela inclusão da educação indígena no Estado, representantes de instituições e prefeituras do Amazonas e Roraima, Organizações Não-Governamentais (Ongs), universidades e professores da rede escolar indígena se reúnem para o lançamento do 1º Fórum de Educação Indígena do Estado do Amazonas.

O lançamento do fórum - iniciativa inédita para reunir especialistas, promover o intercâmbio de experiências e formular novas políticas públicas para a educação indígena - acontece às 16h de hoje, no Centro de Formação Maromba, localizado na rua da Maromba, bairro São Geral, Zona Centro-Sul.

Discutir e formular novas propostas para desenvolver a educação indígena no Amazonas é a principal proposta do fórum, segundo o professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e membro da comissão coordenadora do evento, Gersen Baniwa.

“Há 25 anos nosso principal objetivo era criar e garantir direitos na lei, Hoje nosso foco é implementar essas leis. E com a evolução da educação indígena nas últimas décadas, ganhamos o reforço de novos sujeitos indígenas, agora capacitados, que vão nos ajudar a encontrar esses mecanismos”, declarou.

Para ele, a participação dos professores e outros profissionais indígenas formados ao longo desses 25 anos no fórum é fundamental, inclusive, para resgatar os objetivos do movimento de professores indígenas no Estado, que andava um tanto “adormecido”.

“Em 1989, essa comissão de professores iniciou a luta e ajudou a transformar a educação indígena. Nos últimos seis anos, até em função de conquistas como o acesso a universidades e o aumento do poder aquisitivo, os professores pararam de se reunir. Mas ainda há muitos desafios a enfrentar, daí a necessidade de retomar a mobilização e refletir sobre como melhorar o ensino na sala de aula”, disse.

Participantes

Além de 140 professores que atuam nas 900 comunidades escolares indígenas do Amazonas, dez representantes do Estado de Roraima e especialistas como a ex-presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Márcia Azevedo, e o professor do Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo (USP), Márcio Silva, participam, desde segunda-feira, de debates no Centro de Formação da Maromba. Hoje, o encontro vai das 8h às 19h.

“Embora tenhamos tido muitos avanços, temos ainda muitos desafios pela frente. Este é o momento de articular essas lideranças para encontrarmos soluções e convencer os governos de que é preciso investir na educação indígena para dar fim à exclusão”, analisou Baniwa.

Fonte: Jornal - A Crítica Manaus (AM) - Mônica Prestes.

 

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