III Seminário de educação Escolar Indígena, no município de Santa Isabel do rio Negro PDF Imprimir E-mail
Ter, 13 de Agosto de 2013 20:00

Nos dias 31 de julho e 01 de agosto de 2013, a Secoya participou do III Seminário de educação Escolar Indígena no município de Santa Isabel do rio Negro e organizado pela Associação das Comunidades Indígenas do Médio rio Negro-ACIMRN. Participaram do evento 130 pessoas entre lideranças e professores indígenas das comunidades de Monte Alegre, Acariquara, São João II, Boa Vista, Ilha do Chile, Espírito Santo, Samaúma, Aruti, Tabocal do Enuixi, Ilha do Pinto, Bacabal, Baruri, Irapajé, Acarabixi, Cartucho, Castanheira, Campina do Rio Preto, Roçado, Abianai, Uábada II, Castanheirinho, Tamacuaré do rio Maiá, Massarabi, Tapereira, Areial II, Iahá, Plano, Malalahá, , Ilhinha, Paraná, Missão Marauiá, Tibahá, Matozinho. Além destes, participaram ainda representantes da Funai de São Gabriel da Cachoeira, da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro-FOIRN, da Secretaria de Educação de Santa Isabel do Rio Negro de organizações não governamentais tais como o Instituto Socioambiental-ISA, Associação Serviço e Cooperação com o Povo Yanomami-Secoya, Rios Profundos e Pró-Amazônia.

Foto: Instituto Socioambiental

O objetivo principal do Seminário foi de refletir sobre o contexto atual da educação indígena realizando para tal, diversas atividades no intuito de construir melhor conhecimento da realidade educacional voltada para a população indígena dessa região do médio Rio Negro.

No decorrer do evento, desenvolvemos diversas atividades necessárias para melhor compreender os anseios da educação indígena atual: realizamos o mapeamento das escolas, no qual consta a quantidade de alunos, professores e seriações e, sobretudo, identificamos as ações executadas pela Secoya, Pró-Amazônia e Rios Profundos; apresentamos as experiências de educação escolar indígena no Alto Rio Negro; discutimos sobre a política do Território Etnoeducacional; estabelecemos as linhas de ação dentro da Política de Educação Escolar Indígena da SEDUC, analisamos os Projetos Políticos Pedagógicos e, por fim, demonstramos as possibilidades de construção da educação escolar indígena e diferenciada em Santa Isabel.

Apresentação da proposta de educação escolar diferenciada pela Secoya e Rios Profundos

Não obstante, observou-se que a educação escolar indígena e diferenciada ainda não foi reconhecida e executada como estava previsto nos ditames da Constituição de 88 e amparada no artigo 78 da lei 9394/96 da LDB, Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Escolar Indígena (aprovada em 2012), artigo 79 da LDB, artigo 1 da CNE/CEB 3/99.

De fato, os professores alegaram que não estão preparados, não recebem o devido auxílio para o desenvolvimento de material didático e apropriado; não houve articulação para a elaboração dos projetos políticos pedagógicos juntamente com a comunidade; os calendários não são realmente respeitados e adequados aos eventos da comunidade; os conteúdos abordados não são coerentes com a realidade local, e, sobretudo, ainda não criaram um mecanismo de avaliação apropriado.

O tema do seminário sobre educação indígena é extremamente abrangente, e, de fato o tempo disponibilizado para o evento não foi suficiente para aprofundar as discussões. No entanto, identificamos um sutil movimento voltado para o reconhecimento das implicações e dos desafios para estruturar a escola indígena diferenciada na região do Rio Negro.

 

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