Yanomami do Amazonas revoltados fecham a sede da SESAI de Santa Isabel do Rio Negro PDF Imprimir E-mail
Ter, 05 de Julho de 2011 21:06

No dia 05 de julho 2011, ontem pela manhã, mais de 80 lideranças Yanomami oriundos de várias aldeias do rio Marauiá, município de Santa Isabel do rio Negro fecharam a sede da SESAI localizada na sede deste município, a 600 km da capital.

Lideranças Yanomami se encontram na sede da Secoya em Manaus denunciando esta situação

Segundo Zé Gadilha, uma das lideranças presentes, esta ação se deve as graves condições de saúde na área Yanomami e a falta de assistência por parte do Distrito Sanitário Especial Yanomami e Ye´kuana-DSY.

A área se encontra em situação de total abandono. Faltam remédios; não tem alimentação para os pacientes; faltam profissionais de saúde nas aldeias; os programas de saúde do Distrito não estão sendo realizados; os postos se encontram em péssimas condições e a maioria dos equipamentos está obsoleto. Além disso, a SESAI/Funasa ainda não pagou o trabalho de 23 Agentes de Saúde Yanomami contratados como serviços prestados durante vários meses em 2010.

Lideranças Yanomami se encontram na sede da Secoya em Manaus denunciando esta situação

É alarmante o aumento da malária na área Yanomami, situação que vem desde 2010 quando foram contabilizados mais de 9000 casos de malária, verdadeiro caso de calamidade de saúde pública.  A situação permanece sem solução em 2011 e ontem ainda, dia 05 de julho, faleceu uma criança de 12 anos da aldeia do Pukima, rio Marauiá, por suspeito de malária falciparum.  Vale ressaltar que este tipo de malária está se alastrando na área sem que sejam tomadas quaisquer providências por parte da instituição responsável.

Infelizmente, toda esta situação se deve as dificuldades de gestão do próprio Distrito, que não consegue, de Boa Vista, organizar os serviços na área Yanomami do Amazonas. Vale lembrar que a Funasa passou a assumir a execução da assistência nessa região a partir de maio 2009, quando a Secoya não aceitou renovar o Convênio após 10 anos de parceria por conta do não cumprimento dos termos pactuados e dos graves problemas internos da Funasa na gestão da saúde indígena. Desde então, vem ocorrendo uma desconstrução da assistência e uma péssima organização dos serviços de saúde destinados à população Yanomami do Amazonas.

Outros problemas políticos, que envolveram inclusive a nomeação da Sra. Claudete Schuertz, Chefe do DSY, são apenas mais um capítulo dessa odisséia da saúde Yanomami, situação triste uma vez que é sabido que isto não acontece por falta de recursos.

 

Fonte: Secoya

 

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